O Nome de Raquel é o mais recente romance da talentosa autora Filipa do Canto Araújo. Com formação em jornalismo e a concluir a sua licenciatura em Psicologia, Filipa é também conhecida pelo Far Blog, onde tem explorado a escrita como uma ferramenta terapêutica, e pelos livros Mereces Todo o Amor Que Dás e Todos os Nomes São Sobre Amor. Neste novo trabalho, convida-nos a mergulhar na história de Raquel e Inês, duas mulheres que, apesar das suas vidas tão diferentes, veem os seus caminhos entrelaçados.
A relação entre uma psicóloga e a sua paciente ultrapassa barreiras inesperadas e, mesmo interrompida pelo imprevisto, acaba por impulsionar Inês a embarcar na maior aventura da sua vida.
Este livro é um profundo convite à reflexão sobre a humanização, o luto, a superação e as conexões que desafiam as expectativas. Através da história de Raquel e Inês, somos levados a aceitar que a felicidade se encontra em fragmentos de histórias e que, por vezes, o caminho mais estranho pode ser aquele que nos leva ao lugar certo.
Eis os 7 excertos que te vão fazer refletir deste romance imperdível:
"Havia uma coisa que me prendia a Raquel, a sinceridade e o brilho que lhe saiam dos olhos, da boca, da pele enquanto falava de uma mãe mistério. Não era apenas uma rebeldia de adolescente, também não era uma aventura extrapolada pelo entusiasmo de uma miúda que tem sede de mundo, mas, principalmente, quer fugir do seu."
"A Dra. Inês disse-me uma vez que nós, os humanos, perdíamos muito tempo e que dedicávamos muito tempo às coisas que nos fazem mal, que nos trazem preocupação e dor. Disse-me que tinha de me concentrar nas coisas boas, mesmo que elas fossem pequenas ou menos do que as más."
"A casa estava cheia. Olhava para os meus amigos, separados entre a sala, a mesa de jantar e a cozinha e percebia o bem que nos fazíamos uns aos outros. Por alguma razão, escolhemo-nos para funcionarmos como uma família."
"As dúvidas existiam, estavam lá, pressionavam-me e ocupavam parte do meu tempo. Não as podia ter ignorado. Mas podia, quem sabe, ter sido prudente, ter feito as coisas da forma mais correta. O meu objetivo nunca foi magoar-te. Nunca. Sei que me conheces e que sempre soubeste o meu lado. Mas esta dor de te ter desiludido está cravada em mim."
"Perguntei à Inês se ela tinha religião. Se ia à missa, ou se era da religião dos peixinhos, ou das testemunhas de Jeová. Eu nunca a vejo rezar. Ela disse que não, mas que acreditava em Deus, na Lei da causa e do efeito. Acho que é assim que se diz. Acredita que se tu és má pessoa vais sofrer, mas se tu és boa pessoa vais ser feliz. E acredita que os desafios aparecem para nos tornarem mais fortes e mais resistentes. E pacientes, sim ela também disse pacientes."
"Afinal de contas, pessoas assim, como ele, travam uma das maiores batalhas: consigo próprios. Com os seus medos que não os deixam libertar-se. Enrodilhados em ódios, invejas e vinganças, arrastam-se por entre os dias sem nada fazer de útil. Sem perceber que o caminho para a libertação passa pela melhoria própria, sem punir o comportamento alheio. Sem perceber que a nossa felicidade depende da felicidade do outro."
"Ela disse que felizmente as pessoas são diferentes. Que o ser humano e as relações sociais são muito complexas e que as boas pessoas não precisam de chamar à atenção, porque o seu brilho já chamava a atenção por si. Ela explicou que por eu ter um coração bom, brilhava aos olhos dos outros. Que não precisava de fazer nada para chamar a atenção, porque o meu sorriso já o fazia. Disse que é a bondade e o otimismo que fazem com que as pessoas olhem de forma diferente umas para as outras."